“Deus só ouve as orações de uma pessoa se ela estiver de joelhos” é o que ensinam os determinados religiosos. Alguns deles perguntam autoritariamente se você faz suas orações particulares de joelhos, mas antes que você responda eles presumem que não e decretam que por essa causa Deus não lhe ouve. Nos cultos deles, nos momentos reservados para as orações, todos ficam de joelhos por este motivo. Ficam indignados quando são informados de que em outro grupo religioso todos ficam de pé durante a oração.
Antes de prosseguir, é bom lembrar que as orações particulares, como o próprio nome diz, são particulares, privativas, íntimas, individuais. Como elas são feitas é uma questão que compete somente ao próprio indivíduo e Deus. Claro que podemos e devemos orientar e incentivar uns aos outros. Mas o sujeito questionar autoritariamente a alguém quanto a se este faz orações particulares de joelhos é uma atitude arrogante e inaceitável. Está sendo “intrometido”, querendo ser “supervisor da vida dos outros” - 1Pedro 3:15
Mas então, Deus só ouve as orações de uma pessoa se ela estiver de pé? É uma afirmação que deve ser analisada, pois quem faz orações com sinceridade quer ser ouvido por Deus. A suposta base bíblica para esse dogma está em Filipenses 2:9-11.
Antes de prosseguir, é bom lembrar que as orações particulares, como o próprio nome diz, são particulares, privativas, íntimas, individuais. Como elas são feitas é uma questão que compete somente ao próprio indivíduo e Deus. Claro que podemos e devemos orientar e incentivar uns aos outros. Mas o sujeito questionar autoritariamente a alguém quanto a se este faz orações particulares de joelhos é uma atitude arrogante e inaceitável. Está sendo “intrometido”, querendo ser “supervisor da vida dos outros” - 1Pedro 3:15
Mas então, Deus só ouve as orações de uma pessoa se ela estiver de pé? É uma afirmação que deve ser analisada, pois quem faz orações com sinceridade quer ser ouvido por Deus. A suposta base bíblica para esse dogma está em Filipenses 2:9-11.
“Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.”
Leia o texto com atenção: Filipenses 2:9-11 está falando de orações? NÃO! Está dizendo que Jesus recebeu de Deus um “nome” (ou seja, uma posição de autoridade) acima de qualquer outra no Universo e que todos os anjos, todos os humanos vivos e todos os que serão ressuscitados “dobrarão seus joelhos” diante de Jesus para a glória de Deus. O texto NÃO está falando de orações, “dobrar o joelho” aqui se refere à submissão ao Rei Jesus.
Nos tempos antigos era costume ajoelhar-se ou curvar-se diante de uma alta autoridade. A afirmação do apóstolo Paulo lembra Gênesis 41:38-45, no qual o Faraó dá um novo nome a José, uma autoridade acima da de qualquer outro no Egito (exceto a autoridade do próprio Faraó). Em Gênesis 41:43 somos informados de que José foi apresentado ao povo e as pessoas clamavam [no original hebraico] “Avreque!”, termo que provavelmente significa “ajoelhai” ou “que todos dobrem o joelho diante dele”. Aquelas pessoas não estavam necessariamente se ajoelhando, mas com certeza estavam em uma postura física respeitosa e aceitando a autoridade de José delegada pelo Faraó.
Há diversos textos em que a palavra “joelho” não se refere à junta da perna e sim à submissão à uma autoridade (seja de Deus, de um ídolo ou de outro humano) ou outro significado simbólico. Quando 1Reis 19:18 e Romanos 11:4 dizem que sete mil não dobraram o joelho para Baal, significa MUITO mais do que o ato mecânico de “flexionar as articulações centrais dos membros inferiores”. Significa que eles não aceitaram esse deus falso em suas mentes e corações e não fizeram qualquer ato de adoração ao seu ídolo (incluindo ajoelhar-se diante dele).
Mas em Mateus 6:5-6 Jesus não condenou os Fariseus por fazerem orações de pé nas sinagogas (locais de reuniões religiosas dos judeus) e nas esquinas? Sim, porém leia com atenção o texto. Jesus NÃO os condenou por causa da posição física em que oravam (de pé versus de joelhos) e sim por causa de sua atitude (para serem vistos). Observe que Jesus não mencionou que as orações particulares devem ser de joelhos. Os Fariseus tinham horas marcadas para orar diariamente e alguns deles procuravam estar “por acaso” passando por esquinas movimentadas bem no momento da oração para serem vistos orando pelo maior número possível de pessoas. De fato, se eles se ajoelhassem, o impacto seria muito mais poderoso. Como é que eles nunca pensaram nisso? Ou será que isso seria ostentação demais para os Fariseus? Pode ser, mas certamente não é ostentação demais para certos religiosos hoje.
E o que dizer da ilustração dos dois que foram orar no Templo, um Fariseu e um cobrador de impostos (Lucas 18:9-14)? Novamente leia com atenção: o problema não era a posição física da oração (de pé versus de joelhos), mas a atitude ao fazê-la (arrogância versus modéstia). O Fariseu agradeceu tanto a Deus por ele próprio ser tão sensacional que parecia que Deus é que deveria agradecê-lo por lhe servir. Jesus elogiou o cobrador de impostos, não por estar de joelhos (ele também estava de pé, conforme v 13), mas sim por ter sido genuinamente humilde em sua oração.
A Bíblia contém uma série de requisitos para que as orações de uma pessoa sejam ouvidas por Deus no sentido de serem aprovadas. Por exemplo, as orações devem ser feitas somente a Deus e em nome de Jesus, temos que orar com as atitudes corretas, devemos levar uma vida realmente cristã e agir de acordo com o que oramos. Mas dentre estes requisitos NÃO está nenhuma posição física específica, embora obviamente deva ser alguma postura corporal respeitosa. Há exemplos bíblicos de orações que NÃO foram feitas de joelhos e ainda assim foram aceitas por Deus, como Ezequias (2Reis 20:1-6), Jonas (Jonas 2:1) e Neemias (Neemias 2:4-5). Além disso, o próprio Jesus nem sempre se ajoelhou ao orar e ele mencionou “orações de pé” (João 11:41, Marcos 11:25).
Agora pense: o que impede uma pessoa que não leva uma vida realmente cristã, talvez até mesmo um hipócrita, de fazer o ato mecânico de ajoelhar-se durante uma oração? Será que Deus não percebe essa incoerência ou hipocrisia? Ou será que Deus não se importa, para Ele o importante é apenas se o sujeito está de joelhos? E se um cristão sincero ficar trinta dias com as pernas engessadas e assim impossibilitado de se ajoelhar? Só por causa disso Deus ficará trinta dias sem aceitar as orações dele? E o que dizer de um indivíduo que teve suas pernas amputadas ou que nasceu sem pernas? Deus nunca ouvirá as orações dele porque ele não tem joelhos para ajoelhar-se? Que deus é esse que estas pessoas adoram?
Conhecendo a Bíblia e raciocinando um pouco, ficamos surpresos com como pessoas podem defender dogmas tão absurdos, tão irracionais. E se a pessoa pelo menos apresentasse esses conceitos com humildade, ainda seria tolerável. Mas o elemento martela com tanto orgulho! Quer impressionar os outros com um conhecimento que ele NÃO tem e vigiar e controlar a vida dos demais. Pessoas que defendem dogmas como estes querem ser mais santos do que Jesus e mais sábios do que a Palavra de Deus.
A verdade é que, como disse alguém, Deus espera que dobremos nossos corações e não necessariamente nossos joelhos. Que fácil seria ser cristão se bastasse seguir regras e costumes de igrejas inventados por religiosos legalistas que lavam o copo por fora e deixam seu interior sujo! Mas o cristianismo autêntico é muito mais do que isso. É um modo de pensar, de agir e de viver de acordo com os ensinos e exemplo de Jesus. (Romanos 12:1, Atos 17:11, Mateus 23:25-28, 1Coríntios 4:6, 1Pedro 2:21).
