domingo, 10 de janeiro de 2010

Bíblia de Estudo, uma Péssima Idéia




Diversos blogs vêm examinando o lançamento de determinadas “Bíblia de Estudo” e mostrando que elas contêm sérios erros. Porém, mais do que analisar um título específico, devemos questionar o próprio conceito de "Bíblia de Estudo". Eu possuo a "Bíblia de Estudo Pentecostal" e a aprecio. Cheguei a pensar que bom seria se meu grupo religioso também lançasse uma "Bíblia de Estudo". Mas, pensando melhor, não é uma boa idéia. Porém, antes de tudo, o que caracteriza uma "Bíblia de Estudo"?


Claro que é ótimo que uma edição da Bíblia possua um índice, uma concordância bíblica, mapas dos locais mencionados, notas ao pé da página com a tradução alternativa de alguma palavra ou outras informações breves, referências cruzadas de textos paralelos. Também pode ser ótimo ter introduções, apêndices e tópicos do tipo “textos que falam do assunto X”. Alguns consideram que estes recursos já fazem de uma edição da Bíblia uma "Bíblia de Estudo" simples. A própria divisão do texto em capítulos e versículos foi uma facilitação introduzida muito tempo depois dos apóstolos, assim como a mudança do formato de rolos para códice (encadernação). Mas a maioria considera como sendo uma "Bíblia de Estudo" apenas as edições que portam extensos comentários explicativos e aplicativos (talvez com um tema e/ou público-alvo específico), uma grande quantidade de outros recursos e um nome diferenciador. As editoras e revendedoras divulgam, não meramente a Bíblia, mas a "Bíblia de Estudo Tal". É a isso que essa análise se refere com o termo "Bíblia de Estudo".

Para começar, podemos considerar o conceito de "Bíblia de Estudo" como sendo uma invenção católica. Uma das normas da ICR é que toda versão produzida, distribuída e utilizada por católicos deve obrigatoriamente ter notas explicando o sentido correto do texto do ponto de vista. Ou seja, toda versão católica da Bíblia é obrigatoriamente uma “Bíblia de Estudo” católica. E não é uma sugestão e sim uma ordem: você nunca encontrará uma versão católica sem comentários. Claro que algo não é errado só porque é feito ou foi inventado pelos católicos, pensar assim seria preconceituoso. Mas quais são os pressupostos desse regulamento?

A base dessa norma é que a ICR discorda do livre-exame das Escrituras, a crença de que cada pessoa deve examinar diretamente a Bíblia (livre-exame é diferente de livre-interpretação, mas isso é outro assunto). Como não pode mais impedir seus adeptos de possuírem exemplares da Bíblia, a ICR impôs a obrigatoriedade dos comentários ao pé da página. Além disso, a ICR discorda de que a Bíblia seja a autoridade espiritual suprema. Na teoria, ela afirma que a Tradição possui a mesma autoridade que a Escritura, mas na prática a ICR coloca a Tradição acima da Escritura.

Neste aspecto (assim como em outros), a ICR imitou os líderes judaicos que criaram gradualmente muitas tradições, então equipararam sua Tradição às Escrituras e depois a colocaram acima dela, resultando no não-reconhecimento e na rejeição de Jesus como o prometido Messias (Mateus 15:1-11, Romanos 10:2-4).

Portanto, a idéia de comentários ao pé da página nasceu (1) da crença de que o livre-exame é um erro, pois as pessoas comuns são incapazes de compreender a Bíblia e necessitam de um intérprete intermediário e (2) da crença de que as Escrituras não são suficientes para nos orientar como autoridade espiritual máxima. Ou seja, a raiz é péssima. Quais são os frutos?

Primeiro, os comentários nas versões católicas são uma das razões pelas quais os católicos, apesar de tecnicamente serem a grande maioria dos professos cristãos, produzem menos traduções no mundo e distribuem menos exemplares da Bíblia: essas notas explicativas fazem com que as versões católicas da Bíblia sejam maiores e mais caras. Entretanto, é curioso perceber uma inversão que está ocorrendo: enquanto as livrarias católicas estão oferecendo edições da Bíblia mais simples e acessíveis (embora de boa qualidade gráfica), as livrarias evangélicas estão oferecendo edições da Bíblia cada vez mais luxuosas e caras. E as "Bíblias de Estudo" têm um grande papel nisso: já reparou que em geral elas são de luxo? Algumas possuem versões menos luxuosas, mas estas são lançadas tempos depois das luxuosas, a mesmíssima estratégia de Marketing das editoras que publicam os livros de Harry Potter em todo o mundo.

Mas a Bíblia não deve ser acessível aos pobres? O evangélico pobre que não tem condições de adquirir uma "Bíblia de Estudo" não pode sentir que está perdendo algo por ter “apenas” uma “Bíblia comum”? E o evangélico que tem condições de adquirir uma não pode sentir que possui “algo mais”, uma vantagem em relação aos muitos que não podem? E os poucos evangélicos que podem possuir uma coleção de "Bíblias de Estudo" não podem se sentir ainda mais privilegiados e serem indevidamente admirados pelos outros? O que se subentende é que a “Bíblia comum” é para os pobres (material e espiritualmente) e que a "Bíblia de Estudo" é para os “superdotados espirituais”. Ou seja, uma afronta aos princípios do livre-exame e da soberania das Escrituras. Essas sensações e seus resultados são frutos ruins.

Outro grande perigo de se produzir “Bíblias de Estudo” é fazer muitas pessoas se confundirem e atribuírem às notas a mesma autoridade que ao texto inspirado. Certa vez eu e um amigo conversamos com uma mulher católica sobre determinado assunto e pedimos que ela lesse em voz alta 2Coríntios 4:4 no seu próprio exemplar e depois dissesse o que entendeu. Então perguntamos quem era o “deus deste mundo” referido no texto. Ela afirmou que era o próprio Jesus, mas mostramos que o próprio versículo indicava que é o Diabo. Aí a mulher leu a nota correspondente com um enorme sorriso de vitória. Acontece que, embora aquele comentário ao pé da página não estivesse errado em si mesmo, ele tratava de um assunto inteiramente diverso da pergunta feita. Falávamos de “parafusos” e a nota comentava sobre “crocodilos”, mas ela estava convencida de ter dado uma resposta fulminante, mais preocupada com vencer o debate do que com dialogar. Além de apontar que a nota nada tinha a ver com o assunto, eu a lembrei que a Bíblia Sagrada era “desta linha para cima” e que “desta linha para baixo” eram comentários de estudiosos que até podiam estar corretos, mas não eram inspirados por Deus nem infalíveis. Falei para uma parede.

Se o mesmo pode ocorrer entre cristãos não-católicos? Certamente! Somos todos humanos imperfeitos e os pentecostais (com seu emocionalismo e antiintelectualismo) são especialmente vulneráveis. Provavelmente já deve haver muitos evangélicos confundindo os comentários e apêndices com o texto sagrado. Dizem que a Igreja “Deus é Amor” possui um livro que descreve com detalhes suas regras e costumes que devem ser rigorosamente seguidas pelos adeptos. Além das proibições clássicas como mulher não cortar o cabelo e homem não usar bermuda, apresenta normas sobre a largura das gravatas, a altura máxima dos saltos altos das mulheres e assim por diante. Um amigo me contou que um adepto dessa igreja lhe mostrou uma edição da Bíblia com esse livro de costumes encadernado junto com o texto sagrado, após Apocalipse. Agora sim os líderes da “Deus é Amor” podem afirmar que suas regras legalistas estão na Bíblia! Deste modo, tanto quem produz quanto quem adquire uma "Bíblia de Estudo" caminham perigosamente perto de transigir a forte advertência de Apocalipse 22:18-19, além de Deuteronômio 4:2, 12:32 e Provérbios 30:6

Além disso, as "Bíblias de Estudo" simplesmente não atingem seu objetivo oficial de promover a leitura e a pesquisa das Escrituras. No Brasil muitas pessoas não gostam de estudar, mas querem projetar a imagem de pesquisadores. Talvez por isso alguns vão aos cultos com uma "Bíblia de Estudo", apesar delas serem desengonçadas para se encontrar textos rapidamente (se bem que isso não faz diferença, afinal a Bíblia é pouco usada nos cultos mesmo...). Alguns possuem uma coleção de "Bíblias de Estudo" na estante, mas não lêem a Bíblia regularmente. Conforme dizem, seria melhor que tivessem apenas o “Novo Testamento” de bolso que se distribuem gratuitamente, mas lessem com freqüência. Outros, quando lêem, lêem mais os comentários do que o próprio texto inspirado ou até lêem apenas os comentários. Em contraste, quem já possui os hábitos da leitura na íntegra e do estudo sistemático não necessita de uma "Bíblia de Estudo" para regularmente ler a Palavra de Deus e pesquisar compêndios de estudo.

Ligado a esse fator, observadores notam que adquirir uma "Bíblia de Estudo" parece produzir pouca melhoria espiritual para aqueles que não possuem o hábito de ler, de estudar e de meditar. E para aqueles que já possuem esse hábito, uma "Bíblia de Estudo" é um item supérfluo no seu desenvolvimento espiritual.

Quando ocorreu o acidente com o avião da Air France, um “pastor” tirou uma foto todo sorridente com uma "Bíblia de Estudo Pentecostal" afirmando que Deus o teria avisado para não embarcar. Não vamos entrar aqui no mérito da questão sobre se esse “missionário” realmente recebeu essa mensagem de Deus, nem de se Deus envia esse tipo de mensagem nos nossos dias, nem em detalhes sem importância do tipo “um verdadeiro profeta teria avisado as pessoas para salvar a vida delas em vez de se preocupar apenas consigo mesmo”. A questão aqui é a tremenda falta de empatia para com as famílias das vítimas, a pose de deboche diante da dor dos familiares e de todos que ficaram comovidos com a notícia, a autopromoção às custas de uma tragédia. Uma atitude egoísta, materialista, hedonista e antropocêntrica. E ele se certificou de ser fotografado com seu amuleto ou talismã (a "Bíblia de Estudo Pentecostal") na mão.

Não que os comentários da "Bíblia de Estudo Pentecostal" apóiem essa atitude. Ao contrário, eles estimulam uma atitude sóbria. Mas este indivíduo evidentemente não faz uma leitura refletiva nem no texto inspirado nem nas explanações, assim como muitos outros possuidores desta e/ou de outras "Bíblias de Estudo". De fato, tanto "Bíblias de Estudo" evangélicas quanto católicas possuem bons comentários. O enigma é porque os magistérios evangélicos e católicos não apresentam esse conhecimento nos púlpitos sistematicamente para que todos o tenham. A resposta está na própria Bíblia e é bem desagradável (Lucas 11:52, 2Timóteo 4:3-4, 2Coríntios 11:20, etc.)

Para piorar: diversas (todas?) "Bíblias de Estudo" apresentam erros de todos os tipos e tamanhos. Os comentários das versões católicas são famosos por às vezes afirmarem exatamente o oposto do que o texto está dizendo ou por neutralizarem a autoridade das Escrituras de várias formas. Mas as "Bíblias de Estudo" evangélicas alcançaram e estão ultrapassando os comentários católicos em absurdos.

Assim, o leitor de uma "Bíblia de Estudo" tem que andar em um campo minado espiritual. A Bíblia se transforma em um verdadeiro baiacu, um peixe com pontos venenosos que precisam ser cuidadosamente extraídos por um cozinheiro especializado. Quantos leitores possuem preparo para exercer esse discernimento? Mesmo que a pessoa tenha esse preparo, os erros do modo de pensar do comentarista podem permear todos os comentários e não apenas pontos específicos. É saudável ficar alimentando a mente com esse material contaminado? E o que deve fazer quem comprou uma "Bíblia de Estudo" com comentários especialmente ruins? Não dá para eliminar os comentários e ficar apenas com a genuína Palavra de Deus porque eles estão impressos juntos.

Além disso, ainda que os comentários de uma determinada "Bíblia de Estudo" de modo geral sejam corretos, por que para termos acesso a eles somos obrigados a adquirir mais uma Bíblia de luxo???

O que nos leva a outro ponto: em vez de lançar mais uma "Bíblia de Estudo", porque as editoras não lançam livros à parte com encadernações simples contendo esses comentários? Assim o leitor poderia ler a Bíblia que já possui com o livro de comentário do lado e ler as explanações durante ou depois da leitura. Seria bem mais simples e prático. De fato, é justamente isso que os cristãos que estudam a Bíblia já fazem!

O “problema” é que tais livros de comentários custariam muito menos do que uma luxuosa "Bíblia de Estudo" (entre metade e um quarto, talvez menos) e assim as editoras faturariam apenas uma parcela ínfima do que obtêm. Ou seja, "Bíblias de Estudo" dão muito mais lucro do que livros explanatórios. E se as editoras fossem entidades não-lucrativas, o preço de um livro de comentários poderia ser um décimo ou um vigésimo do preço de uma "Bíblia de Estudo". Talvez até pudessem ser gratuitos e sua impressão e distribuição depender apenas de doações. Mas aí já seria pedir cristianismo demais, não?

Em vez disso, as editoras lançam uma luxuosa "Bíblia de Estudo" após outra. Vejam uma pequena lista:
Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia de Estudo NVI
Bíblia de Estudo do Líder
Bíblia de Estudo do Obreiro
Bíblia de Estudo Plenitude
Bíblia de Estudo Plenitude para Jovens
Bíblia de Estudo Profética
Bíblia de Estudo Explicada
Bíblia de Estudo Max Lucado (como o pessoal da CPAD admira esse não-pentecostal...)
Bíblia de Estudo Scofield
Bíblia de Estudo Thompson
Bíblia de Estudo Shedd
Bíblia de Estudo Dake (pesquisem o que já escreveram sobre ela)
Bíblia de Estudo Avivamento
Bíblia de Estudo Despertar
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal
Bíblia de Estudo Vida Nova
Bíblia de Estudo Rocha
Bíblia de Estudo Batalha Espiritual e Vitória Financeira
Bíblia de Estudo Temas em Concordância
Bíblia de Estudo do Adolescente (alguns estudiosos dizem que a adolescência é um conceito ocidental inventado pelo Marketing para criar um nicho e alavancar as vendas...)
Bíblia de Estudo da Mulher
Bíblia de Estudo da Mulher que Ora (a outra é da mulher que não ora?)
Bíblia de Estudo do Homem (direitos iguais!)
Bíblia de Estudo da Família (agora todos juntos)
Bíblia de Estudo Garotas de Fé (juro que entendi “meninas superpoderosas!”)
Bíblia de Estudo Apologética da editora X, Apologética da editora Y

As "Bíblias de Estudo" apologéticas são uma subespécie especialmente venenosa. (1) Estimulam uma atitude beligerante que transforma a Bíblia em um instrumento para atacar pessoas e vencer discussões, o oposto da atitude genuinamente cristã, que encara a Bíblia como um meio para ajudar as pessoas e dialogar. (2) Estimulam uma atitude arrogante de dono da verdade: o sujeito exige que os outros aceitem a possibilidade de estarem errados, mas ele próprio não aceita nem cogitar a hipótese dele mesmo estar errado nem no menor detalhe. (3) Seus editores demonstram uma atitude dissimilada: atacam de forma draconiana os supostos erros de grupos não-evangélicos, ao mesmo tempo em que estrategicamente evitam entrar ou se aprofundar em pontos de discórdia entre as igrejas evangélicas ou em assuntos que exponham os erros delas. (4) São ótimas para a velha jogada do inimigo externo: atacar os supostos inimigos externos para gerar união interna e esconder os erros do próprio grupo.

Algumas "Bíblias de Estudo" possuem temáticas ou públicos-alvos absurdos. Para não falar de “Bíblias comuns” com símbolos de times de futebol, Bíblia com capa estilo camuflagem do exército, Bíblia com capa cor de rosa shock e bordas de pelúcia (que fashion!), Bíblia Anote (com linhas para anotações, mas custa levar um caderno de R$ 1,50?), Bíblia com Harpa Cristã (custa levar a Bíblia e a Harpa que já possui?), Bíblia com palavras de Jesus em vermelho (custa procurar na Bíblia que já tem?), Bíblia Bilíngüe e Bíblia Trilíngüe (interessante, mas desnecessário) e muitos outros supérfluos para estimular novas compras e justificar preços mais elevados. Para não falar da falta de respeito pela Palavra.

Aliás, “público-alvo” é um conceito de Marketing, assim como estas manobras para estimular desejos e criar necessidades artificiais. Em contraste, o genuíno Evangelho é para todo tipo de pessoa e deve ser divulgado dentro dos parâmetros de simplicidade cristã. Se isso não é fazer comércio com a Palavra de Deus, então o que é? 2Pedro 2:1-3

Além disso, como o indivíduo ostentaria religiosidade (e condição financeira) enchendo a estante de "Bíblias de Estudo" e indo ao culto e outros lugares para ser visto com uma delas? Bom, para isso temos uma sugestão: Tome um bloco de papel sulfite A4 ou A5 em branco e mande encadernar com uma bela capa de couro da cor que preferir, pintar as laterais de dourado ou prateado, arredondar as pontas e escrever com letras brilhantes na capa e na borda "Bíblia de Estudo Definitiva". Vai ficar lindo na estante e no seu colo! As pessoas admirarão sua religiosidade e erudição! E vai sair muito mais barato! Incrível como nenhuma editora gospel tabajara nunca pensou nisso!

Portanto, o conceito de "Bíblia de Estudo" nasceu da discordância do livre-exame e da autoridade suprema das Escrituras. As "Bíblias de Estudo" tornam a Bíblia cara, diminuem a produção de edições simples e acessíveis e causam uma segregação entre os que podem e os que não podem obtê-las. Fazem muitas pessoas confundirem o texto inspirado com os comentários, atribuindo a estes a autoridade divina. Na maioria dos casos falham em promover a leitura, o estudo e a meditação daqueles que não possuem esse hábito, mas faz estes acreditarem que são pesquisadores e projetar essa imagem para os outros. Muitas "Bíblias de Estudo" (ou seriam todas?) possuem erros em seus comentários. Mesmo que os comentários sejam corretos, é muito mais prático e barato que eles estejam em um livro à parte. Por fim, as "Bíblias de Estudo" são produto do comercialismo religioso que verdadeiros cristãos não devem apoiar.

A minha decisão é não comprar, não esta ou aquela, mas NENHUMA “Bíblia de Estudo”. E a sua?

Emerson Luís

Tirei algumas idéias dessa postagem do Dalaidier:
http://daladier.blogspot.com/2009/09/mais-uma-biblia-de-estudo.html

Veja a notícia do “pastor missionário” no Genizah:
http://www.genizahvirtual.com/2009/06/evangelico-desvairado-aparece-no-jornal.html

Veja essa palestra do Leandro Villela feita em julho de 2007
http://www.youtube.com/profile?user=inconformadostv#p/search/2/3533awR4VdA